Quando morávamos naquela casa no Cumbuco, minha mãe replicava que tinha medo do barulho das ondas, pois quando esbravejavam contra a areia faziam o barulho de um trovão melodioso e melancólico, parecia que esse trovão queria abrir as portas do seu coração fechado e rancoroso, de muitos homens e um Zeus que tanto lhe fizera mal, reclamava com o trovão do mar dizendo-lhe que ela não era nenhuma arvore propicia, nenhum eletrodoméstico acesso, mas sim um coração cheio de para-raios, um coração fechado, tão fechado que escorria pequenos rios de sangues nas mãos que o retinha, e que mãos eram essas? Eram as mãos dele, e quem era ele? Ela nunca me contou, mas a onda a fazia chorar, o sangue lhe escorria fazendo um rio longo e cheio de relevos, passava devagar dos olhos até o começo da bochecha, depois corria com pressa até o terminar do rosto.
Aquela onda que se repetia, e aquele homem que eu não conhecia, mas se tivesse chance de ver-lo algum dia o espancaria, o insultaria, mas com que motivos? Se ela nunca me contou, ele era simplesmente o homem de nome que nem quero mencionar, ela tinha mais medo dele do que do próprio diabo, ela tinha e tem.
As ondas seguem a bater na praia, lá onde ele se encontra, ela já não, agora mora quase no centro de Fortaleza, mas as ondas seguem lá, como que se tratasse do inferno, o inferno sempre está lá e ela sempre sentira medo, ele é um sacerdote com sua agua benta que nada cura, e seu pregar tenebroso, eu sou o menino rancoroso, que não sabe o porque, é uma missa que se passa todos os dias é uma missa em pleno carnaval.
belo texto!
ResponderExcluirparece ser recheado de significações que eu não consegui identificar... hehe!
deve ser foda, no sentido do texto, ter um amisa em pleno casrnaval. essa ideia me passou a incompreensão e a angústia do menino.
ResponderExcluirvixe! os comentários do teu blog não deixam as vírgulas que a gente coloca, não ó.
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