quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SEXTETO PARA Fortaleza



Ó Fortaleza está tão bela!
que até parece que não passou pelo bache da ditadura
ela esconde o peito que saiu do quadro
da revolução francesa
a bandeira é verde
mas a lembrança é branca de tão esquecida

mas os prédios do teu coração
do teu Centro te revelam
velam para que a lembrança fique vermelha de tão intensa
cidade que quando vê o predio da justiça(injustiça)
vejo que ainda não perdeu a frase
desgastada

é um prédio tão grande que parece
desesperar, e eu me desespero mais
quando vejo que é feito de concreto
e que não é desta era
espero que um dia tudo acabe para que
eu possa voltar pra lá

Centro da cidade que abrigas mais que a maldade
eis o mundo inteiro num bairro só
te escondes por dentro da cidade maravilhosa
pulmão que respira
e aspira pó de seus moradores
de tão podres e tão sujos vivem

Um olho no túmulo
que seus moradores fizeram questão
de enterrar
todos estão cegos e ninguém quer ordem e progresso
o regresso de seus moradores
fala mais alto do que o lamento da prostituta com os dois peitos de fora


(II)

Ó Fortaleza
travesti de esperteza
numa esquina entre a “Duque de caxias”
e a “Padre Ibiapina”

Tua favela da Aldeota
teu Bom Jardim
bairro nobre

Bom jardim
de flores mal cuidadas
de mães enganadas
plagiadas
envenenadas
com inseticida barato que mata barata

As baratas do centro da cidade
motel por todas partes
onde transam em luxuria
os meninos que moram
na favela

sábado, 19 de fevereiro de 2011

HOMEM DO SERTAO





E trocávamos faces para um lado e para o outro, enquanto ele me olhava quando eu virava o rosto, eu olhava pra ela quando ele virava o rosto, os sentimentos em mim ainda estão rasos, pois não os sinto, não os sinto na pele, queria que a força de meus sentimentos vigorassem até a pele, e que chorasse até que minha rasa vira-se mar, tantos choram quando sentem mas eu não choro, por isso que você me olhava e não sentia nada, talvez por isso você não se apaixonou por mim, em mim correu um emoção corriqueira quase sempre trapaceira, aquele homem, homem que cantavam tantas canções de requinte, mas poderia ser perfeitamente um daqueles comerciantes que gritam no centro, com seu bigode só sertão, tão feio e tão bonito de coração, cantava canções de requinte e as interpretava como homens de Fortaleza, era tão belo, tinha tanta beleza na cabeça careca, moreno quase preto, como poderia ser tão homem e homem Cráteus, que não sei se ele esta aqui ou esta no céu.

-Poderia cantar alguma canção de Caetano?Que não seja sozinho- Lhe disse rindo.

-........................................................................................................-Ele me falou com a cabeça, e cantou, foi tão lindo ele cantando e encantando.

Ele começou a cantar, tocou “Trem das Cores” e “Queixa”, em ordem diferente, as letras mudaram de tom e de ritmo, não que ele fosse melhor que Caetano mas as letras de Caetano ficaram mais claras na voz dele, Claras.

Você conseguiu que meus sentimentos aflorassem como flor na primavera; chorei que nem mulher depois de uma traição, ele me traiu e foi dormir com o violão, homem do sertão.

E os aviões no céu passando no céu da Parangaba, céu cheio de nuvens, me lembrava da minha Espanha, apanha as minha lágrimas, e as leva ao mar, não, não toque essa canção do Chico porque se não você ficara aqui a noite inteira perto de mim, fecharei à porta da minha casa, e o nosso espirito será um.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Olhas




O que é que você pensa?
que tanto pensa
que pensa tanto

Que te olho
com a minha poça
E tu me olhas com o teu oceano

Mas olhas que não me olhas
fingindo que me olhas
Olhas pro mundo
com olhos fundos

E nunca me olhas
com olhos profundos

Que eu fico na beira
da tua praia
e nunca salpica nem a onda
que esbraveja na areia

É olho quente a tua agua no meu olho

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Preciso Chorar



hoje preciso chorar, e gritar!

ficar nu
de corpo e alma
me encostar no ombro de alguém
mas não tem ninguém
talvez se tivesse
não estivesse assim
então me encosto
no recanto do vento
onde o tempo
se deixou em ombro
me sobrepondo
a este mundo de acasos
ás vezes feliz
sempre triste

levo a viver rastos de vida
na lida do outdoor
na traseira do caminhão

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ele se foi




E eu olhei pro céu
e ele desceu de uma rama
de fluído vital
que se deixou derramar

meu namorado
se deixou cair do céu
por me amar
ele me ama!

tratando de amor,
ele se depôs por muito
tempo a mim

mas um dia de noite ele voltou
aos céus, foi solicitado
por Deus

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Confissão de um Colégio





Foi uma semana depois que às aulas começassem, que ele apareceu, ele estivera sentado perto de mim,na cadeira do lado, óculos branco como a tez no rosto, bonito como um deus grego(Narciso perdera feio para ele), o corpo todo desleixado na cadeira de colégio de um só braço, relógio no extremo da extremidade, os dentes tão limpos...ai meu deus, que dentes limpos e perfeitos feitos para beijar até o apocalipse chegar, a musica da sala se pôs em poente quando ele abriu a boca a esbanjar filosofia, Sofia,Marta e todos as meninas da sala estava o tempo inteiro na sua cadeira, até o macho mais “macho” dizia que ele era bonito; elas faziam fila para sentar do lado dele, a moça prosada o dia inteiro na cadeira dele era Thalia, ele nunca efetivou nada com nenhuma delas, e todas eram realmente belas, magrelas expostas para ele em vitrina de moda.

Os dias passaram e passaram, e tudo seguia, a sequinha dos meninos másculos da sala era evidentemente clara,os olhares bodum contra o menino lindo. Passou, passou outro dia.

Mas naquele dia ele chegou como sempre, as meninas como sempre, no entanto eu olhei do lado de trás,e elas tinham se apartado dele,tudo estava confuso aquela sala que era tão agitada por causa dele,parecia um rio na noite do sertão, mas então o que tinha acontecido?É amigos...ele falou a elas ele, “meninas já basta eu sei o que vocês querem comigo,basta eu sou gay”.