sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Torre Pisa


                                                                                              A Isaac Corrêia


    

    O sonho foi embasado em êxtase, tinha chegado ao ponto máximo, ou pelo menos a esse ponto máximo que ele conhecia: felicidade, porque dizem por aí que certas coisas não nos são reveladas pelas autoridades maiores, até a própria felicidade; com medo de acordar, mas já tinha acordado, o corte já estava feito, impossível remediar na hora instantânea, então mesmo ainda com aquela felicidade, não abriu os olhos logo ao acordar, depois de uma briga entre os pais, ele estava dividido, fim de semana com o pai, na semana com a mãe, nunca gostou de passar tempo com o seu pai, porque era um verdadeiro carpir, a casa era só dele, esse era o sofrimento, o pai não passava um segundo em casa, ou estava bebendo com os amigos ou estava trabalhando; então ele foi abrindo devagar um olho, esquecido do dia da semana, foi abrindo o olho fazendo força para que ele não transbordasse e abrisse de uma vez, fazendo disso uma dor sem fim dentro do momento, ou uma alegria de conforto e tranquilidade, feito propaganda de colchão, quando abriu o olho não conseguiu ver nada, para o seu desespero: ainda era noite, noite fria de … onde estariam os ventos? Então esticou os braços de um lado para o outro e não conseguiu chegar a pegar os óculos, onde estariam seus olhos? Levantou-se e tropeçou, logo o desespero criou outra forma feito uma palavra, mas aquela palavra( pai)… ele se sentiu só no mundo e se deu conta que estava só em casa, revelou-se dentro do quarto com vinte anos de idade, chorou com saudades do pai.