domingo, 20 de março de 2011

Olhar de jovem cearense, sobre a velha santa de Copacabana(Palace)

                        


               O homem está sentado no sofá, na sala, o sofá bate contra a parede, como o tédio se ergue no pensamento profano da tarde, no criado-mudo o jornal; era década de vinte, e a grande bandeira da riqueza e relaxamento burguês estava sendo construída, essa grande bandeira branca tridimensional, que ocupa todo o quarteirão, o Copa era a capa do jornal.

                A vida no pais querendo se reconstruir, é a tal rotina do brasileiro reconstruindo-se sempre, verdadeira metamorfose ambulante, e o brasileiro querendo dizer ao mundo que ele poderia fazer grandes coisas, e poderia ser melhor do que os países da parte de cima da laranja esmagada, por tantas vezes ter sido jogada no chão, os países do hemisfério norte, com sua própria vida, e o Brasil que era um barriga branca querendo sair da aba da mulher de vestido longo e preto, constrói o Copa, o Copacabana Palace. Então foram criados, vários centros de relaxamento, chegaram biquinis, e começou-se a fazer muito esporte na praia, os filhos do ricos começando a criar as suas vidas de “Playboy’s”, todo o mundo achava que ir a praia era coisa de gente pobre, e “farofeiro”; mas o Copa criou outra visão sobre tudo, até sobre a própria visão, pois o “Cristo Redentor” também estava sendo construído, a visão do carioca, agora tinha entrado para dentro de si mesmo, e a visão do mundo, era agora de olhos cheios, olhos brancos, olhos Copa, a partir do então os fluminenses da capital poderiam ser chamados de cariocas.

              Mas ele, ele nem imaginava por que tanta imensidão, o jornal não era dele, ele pouco se interessava, a coceira nos ovos de instantâneo prazer era mais importante, mas ele sábia que aquelas meninas “branquinhas” das belas casas que ele encontrava durante sua ida ao trabalho, iam estar lá, a sua farda de garçom, que ele não gostou nada, digo não gostou nada pois ele ia trabalhar no Copa e era seu primeiro dia, era noite de treze de agosto de mil novecentos e vinte e três, a beleza do prédio era inigualável, soberba garantia, que Clara, Catarina e Gabriela estariam lá, as viu e as conquistou, deixou as copas de champanhe encima de sua mesa, e olhou fundo nos olhos de cada uma, a cada vez, primeiro Catarina, que lhe retribuiu, logo Clara que piscou para ele, e Gabriela fez posição de prostituta, depois de ter passado, o dia todo inaugurando a praia, estavam bem bronzeadas, eram muito bonitas, elas deram-lhe uma nota, “depois passe na suite presidencial”. Na porta da suite baterá, elas abriram a porta e a suruba começou. Para que saber sobre as brigas das religiões pela construção do cristo redentor? Para que saber que o Copa representava nova vida para o Brasil? Se na noite da inauguração, do Copacabana Palace ele estava transando com três meninas muito ricas, muito bonitas, e ainda ia ganhar uns trocados depois de tirar o pênis da vagina, da branca.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Naturalismo


Abita um bicho em mim
Tenho medo de bicho
Bicho é assim,paira para pairar
Naturalistas,escritores,cientistas,músicos
ricos não pairam,pobres sim...

Bichos não são naturalistas
Só homens,mulheres...nem pensar

O tempero da racionalidade
É a perca
E de não ter,é não ter perca
O mercado esta de portas abertas
No entanto fechadas
Para quem não é naturalista
Surfistas moram nas praias
Imperialistas dentro do mercado


(DEPOIS DA MINHA CONVERSA COM HERMES DECIDE POSTAR ESTA POESIA)