A Isaac Corrêia
O sonho foi embasado em êxtase, tinha
chegado ao ponto máximo, ou pelo menos a esse ponto máximo que ele
conhecia: felicidade, porque dizem por aí que certas coisas não nos
são reveladas pelas autoridades maiores, até a própria felicidade;
com medo de acordar, mas já tinha acordado, o corte já estava
feito, impossível remediar na hora instantânea, então mesmo ainda
com aquela felicidade, não abriu os olhos logo ao acordar, depois de
uma briga entre os pais, ele estava dividido, fim de semana com o
pai, na semana com a mãe, nunca gostou de passar tempo com o seu
pai, porque era um verdadeiro carpir, a casa era só dele, esse era
o sofrimento, o pai não passava um segundo em casa, ou estava
bebendo com os amigos ou estava trabalhando; então ele foi abrindo
devagar um olho, esquecido do dia da semana, foi abrindo o olho
fazendo força para que ele não transbordasse e abrisse de uma vez,
fazendo disso uma dor sem fim dentro do momento, ou uma alegria de
conforto e tranquilidade, feito propaganda de colchão, quando abriu
o olho não conseguiu ver nada, para o seu desespero: ainda era
noite, noite fria de … onde estariam os ventos? Então esticou os
braços de um lado para o outro e não conseguiu chegar a pegar os
óculos, onde estariam seus olhos? Levantou-se e tropeçou, logo o
desespero criou outra forma feito uma palavra, mas aquela palavra(
pai)… ele se sentiu só no mundo e se deu conta que estava só em
casa, revelou-se dentro do quarto com vinte anos de idade, chorou com
saudades do pai.